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Unidade 1612 em Jundiaí - Linha 7-Rubi |
Por Diego Silva
Colaboração de Luis Fernando da Silva (Luisinho)
Fotos: Acervo Pessoal
Caros leitores, primeiramente, desejo um excelente domingo para todos
vocês que nos acompanham e que estão por aqui em mais um dia. Hoje,
falaremos da frota 1600, que pouco a pouco, também está nos deixando.
Sua passagem pelo Rio de Janeiro, o retorno à São Paulo, o acidente de
Itaquera, o retorno, a modernização e o caminho para o fim. Confiram em
mais uma matéria especial sobre a história das frotas:
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A nova composição, em São Paulo, pronta para seguir ao RJ |
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Informativo da RFFSA, de 1978 (clique na imagem para visualizar melhor) |
No final da década de 1970 , após a aquisição da frota 401 (atual 1400
da CPTM), a RFFSA realizou uma aquisição para os subúrbios do Rio de
Janeiro, juntamente à Mafersa. A compra de 20 trens em aço inox, no
mesmo padrão das unidades adquiridas para São Paulo, foi realizada para
tentar suprir uma grande fatia da demanda, que na época, era muito
grande para os poucos trens de aço carbono que circulavam por lá.
Chegava então, ao Rio de Janeiro, a frota 600 da RFFSA.
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Estação Duque de Caxias. Notem à esquerda, o budd 431 |
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431 da RFSSA, correndo pelos trilhos da zona leste de SP (Acervo Thomas Correa) |
Essa aquisição pela RFFSA, foi com o intuito de atender o trecho Barão
de Mauá x Duque de Caxias, junto com a promessa de reduzir os intervalos
para dez minutos (isso, já em 1977). Porém, esses trens não foram
aprovados no Rio de Janeiro, provavelmente por sua fragilidade nos
truques, que trincavam muito por conta da irregularidade da via
permanente da velha Leopoldina. Por decisão da RFFSA, esses trens foram
transferidos para São Paulo, onde se juntaram aos trens da série 431
(que era o mesmo trem, porém, numerado diferentemente dos 600, pois em
São Paulo, a partir da década de 70, a administração dos subúrbios das
linhas da Central foram transferidas pela RFFSA para a EFSJ, por esta
estar mais próxima das linhas do que a administração central, que se
encontrava no Rio de Janeiro).
Com a entrega do planejamento, operação e manutenção das linhas de
subúrbio da Central em São Paulo, para a EFSJ (Estrada de Ferro Santos a
Jundiaí), a última começou a melhoria do sistema com a inclusão de mais
trens, já que até então circulavam trens das séries 400, alguns da
série 200 e os mais lendários série 100 (que ainda serão tema de outras
matérias futuras). A compra, foi realizada junto à Mafersa, em um
projeto padronizado e nacionalizado que acabou numerado como série 431,
por ser a continuação da série 401.
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Unidade estacionada em Guaianazes (estação antiga) |
Prestando serviços nas linhas tronco e variante (que passariam a ser as
linhas E e F, posteriormente, 11-Coral e 12-Safira), a frota 431
ofereceu um suporte fundamental, auxiliando os trens da série 401 e
demais composições que corriam por ali. Versáteis, as composições eram
confortáveis e contavam com um amplo espaço, devido ao comprimento dos
carros. Por ser um produto 'nacional' (os trens foram construídos na
Mafersa, em São Paulo), sua manutenção era de fácil resolução, contando
com peças para reposição ao alcance. Em fevereiro de 1987, um acidente
marcou sua trajetória nos trilhos de São Paulo: o tão famoso acidente de
Itaquera. Até hoje, muitos ferroviários e usuários mais antigos dos
sistemas de São Paulo comentam sobre aquele incidente, pois causou a
morte de muitas pessoas.
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Reportagem da Revista Veja, em 25.02.1987 (clique na imagem para visualizar melhor) |
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Reportagem da Revista Veja, em 25.02.1987 (clique na imagem para visualizar melhor) |
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Reportagem da Revista Veja, em 25.02.1987 (clique na imagem para visualizar melhor) |
O acidente de Itaquera foi um dos piores já ocorridos em São Paulo, com
mais de uma centena de mortos. Uma das composições que participou do
acidente foi reformada, vindo a ser a única da frota 431 com a frente
modificada. O famoso 'TANG' (como é conhecido pelos ferroviários), teve
sua máscara modificada, ficando similar aos trens da frota 4400. A
unidade TANG pode ser vista até os dias de hoje na CPTM, com os prefixos
1605-1606.
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TANG na fase CBTU, próximo da estação Luz |
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TANG em Paranapiacaba (Crédito ao autor) |
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TANG, atualmente (foto de Diogo Vianna) |
Voltando a falar dos 1600, ao passarem da CBTU para a CPTM, os trens já
estavam bastante depredados, com a máscara facial bastante amassada, por
conta de inúmeras pedradas. Os anos passaram, a frota foi ficando cada
vez mais destruída, até que a CPTM resolveu enviar algumas poucas
unidades para revisão geral e modernização. Com isso, os trens foram
recuperados e continuam rodando até os dias atuais, mesmo em número
bastante reduzido.
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431 na fase CBTU, próximo de Calmon Viana |
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1600 saindo de Roosevelt, com destino a Mogi das Cruzes ou Calmon Viana |
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Unidade 1611 |
Em meados de 2009, a CPTM enviou quatro unidades para modernização e
reforma. Foram elas: 1601/1612 (padrão metropolitano), 1602/1613 (padrão
vermelho), 1611 (padrão vermelho) e 1605/1606 (TANG, padrão vermelho).
Em 2010, recebeu a última unidade modernizada (1603/1604), que ganhou o
padrão 'fase II', com uma janela a mais na máscara. Essas unidades
citadas são as únicas que ainda estão em operação, de toda a aquisição
realizada. As demais estão sucateadas ou sequer existem mais.
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1612 em Francisco Morato |
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Unidade 1603/1604 estacionada em Brás |
Pouco a pouco, toda essa frota está desaparecendo. Após tantos anos de
serviços prestados, a tecnologia vem chegando e junto com ela, o fim da
frota 1600. Algo que poucos sabem: a CPTM tem contrato vigente para
reforma de TODAS as unidades que ainda fazem parte do ativo circulante.
As composições que estão baixadas ao lado do pátio da Lapa e da Luz estão
aguardando modernização, que pelo jeito, não irá acontecer. No pátio da
IESA, em Araraquara, estão duas unidades e outras duas da série 1400 que
a CPTM não autorizou retornarem, após a modernização. Ou seja, era para
grande parte da frota Budd ainda estar circulando em São Paulo, pois a
empresa autorizou a modernização mas não quis receber os trens
posteriormente.
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