Quem usa a
Linha 2-Verde do Metrô aos domingos tem convivido com o fechamento de
parte das estações desde o começo do ano, para que o sistema de controle
dos trens seja mudado. O atual, que mantém os mesmos princípios desde a
abertura da rede, em 1974, está sendo trocado pelo modelo mais moderno
do mundo, capaz de reduzir a distância entre os trens - não só do Metrô
como também da CPTM - e, assim, o intervalo entre eles.
À primeira
vista, o ganho pode não parecer tão significativo: a redução é de apenas
20 segundos. Mas, para se ter ideia do que é preciso fazer para
conseguir isso, cada um dos 27 trens que operam na linha precisou ficar
dez dias parados para a instalação dos novos equipamentos.
Embora a
previsão é que haja um ganho de 20% na oferta de lugares nos trens, o
diretor de Operações da companhia, Mário Fioratti Filho, diz que a
expectativa não é atrair mais passageiros. "É reduzir a superlotação e
permitir que as pessoas façam viagens mais confortáveis."
Mudanças.
Atualmente, o Metrô controla os trens a partir de uma divisão feita nos
trilhos das linhas. A cada 200 metros, há uma divisão. O trem que está
em um desses pontos "congela" o trânsito das composições que estão na
divisão anterior, para garantir a segurança da operação, e limita a
velocidade da terceira divisão atrás dele para ficar a, no máximo, 30
km/h. O resultado é que a distância de um trem para outro chega
facilmente aos 500 metros - o espaço poderia ser ocupado por dois trens.
A vantagem do
novo sistema é que a divisão nos trilhos deixa de existir. O computador
de um trem sabe onde ele está e onde está a composição seguinte. E uma
rede ligada ao Centro de Controle Operacional (CCO) transmite
informações como a velocidade de cada um, se estão acelerando ou
freando.
O resultado é
que, quando um trem está parado na estação, o de trás não precisa parar
longe dele. Pode continuar andando, em uma velocidade menor. E, quando o
primeiro trem sai, o seguinte já está perto da estação. É assim que o
intervalo é reduzido, afirma o gerente de Concepção e Projetos de
Sistemas do Metrô, David Turbuk.
A Linha
4-Amarela, aberta no ano passado, usa a mesma tecnologia - e não tem
maquinistas nos trens. O diretor Fioratti diz que maquinistas vão
continuar nas Linhas 1, 2 e 3. "Os trens da Linha Amarela já foram
projetados para não ter operadores. Os outros, não. Por isso, os
operadores vão continuar e resolver problemas que os sensores não
detectam", afirma.
Fornecido pela empresa francesa Alston, o sistema custou em 2008 cerca de R$ 750 milhões.
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