Obras de construção do monotrilho, que ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes. O projeto está orçado em R$ 4,9 bilhões. - L.C.Leite/Luz |
O
projeto de paisagismo, além do plantio de árvores, inclui a criação de
um parque linear de 20 mil metros quadrados entre as estações Vila
Prudente e Tamanduateí, acompanhando o traçado do monotrilho. De acordo
com o coordenador de qualidade e meio ambiente das obras do monotrilho,
Noel João Mendes Cossa, grande parte das mudas decorrentes da
compensação ambiental será plantada na área de preservação do futuro
Pátio Oratório, junto à estação de mesmo nome, onde os trens ficarão
estacionados. Na área, de quase 90 mil metros que passa por
terraplanagem, há capacidade para 28 trens.
Cronograma – A
construção do monotrilho, orçado em R$ 4,9 bilhões, foi dividida em
três trechos. O primeiro, com 2,9 quilômetros e inauguração prevista
para 2013, está em fase de implantação e tem duas estações: Vila
Prudente e Oratório, além do Pátio Oratório. O segundo trecho, até São
Mateus, terá 10,1 quilômetros e oito estações e deve entrar em operação
em 2014. O trecho final, entre São Mateus e Hospital Cidade Tiradentes,
terá sete estações e 11,4 quilômetros. A abertura está prevista para
2016.
A
opção do Metrô pelo monotrilho, de acordo com o diretor presidente da
companhia, Sérgio Avelleda, levou em consideração, entre outros fatores,
o menor tempo de implantação deste sistema, quando comparado ao metrô
convencional, e o atendimento pleno da demanda, pois haverá capacidade
de transporte de 48 mil passageiros/hora. "A implantação privilegia o
canteiro central de avenidas, a uma altura entre 12 e 15 metros,
minimizando a necessidade de desapropriações", disse.
Montagem mostrando aproximadamente como ficará o Monotrilho pronto |
Com
velocidade semelhante à do metrô convencional, o monotrilho é movido a
energia elétrica, não polui e tem ruído operacional reduzido, já que
roda sobre pneus. Ao todo, serão 54 trens, com sete carros cada. Quando
estiver em operação, o percurso entre Cidade Tiradentes e Vila Prudente,
que hoje leva mais de duas horas, passará a ser feito em 50 minutos.
Paisagismo – O
projeto paisagístico sob o monotrilho prevê corredores verdes, com
ciclovia e bicicletários nas estações. Como os trilhos ficarão 12 a 15
metros acima do chão, a cada três metros serão plantadas árvores que
podem atingir de seis a oito metros de altura. "O corredor ganhará uma
percepção de alameda. A permeabilidade do solo irá melhorar, assim como a
qualidade do ar", afirmou Ivan Piccoli, coordenador de arquitetura,
paisagismo e urbanização do Metrô.
O
manejo das árvores nas áreas do monotrilho está adiantado. As
espécies estão sendo removidas por meio de corte ou de transplante. As
primeiras mudas já começaram a ser plantadas em ruas próximas ao
canteiro de obras, conforme projeto de compensação ambiental. No trecho
1, de Vila Prudente à futura estação Oratório, foram cadastradas 1,2 mil
árvores. Dessas, 258 foram preservadas. Serão plantadas nesse trecho,
como compensação, mais de 6,4 mil mudas.
Já
no trecho 2, até São Mateus, foram cadastradas 1,7 mil árvores, das
quais 761 serão preservadas. Como compensação ambiental, serão plantadas
5,6 mil mudas. "Ao final da obra, a região terá quase cinco vezes mais
árvores do que tem hoje", destacou Piccoli.
Importância – Na
opinião do superintendente da Distrital Mooca da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP), Júlio César Olivieri, o monotrilho, o primeiro a
ser implantado no País, atrairá muita gente. "As pessoas virão
conhecê-lo e descobrirão o potencial da região, podendo trazer novos
investimentos para a área. O comércio próximo das futuras estações
também se desenvolverá".
"A
obra é, de certa forma, feia e prejudicial urbanisticamente à região,
mas acredito que só trará benefícios para a população", disse Olivieri,
que também é arquiteto. "É um meio de transporte rápido, barato, que
acarretará poucas desapropriações e quase nenhum impacto ambiental, e
com custo 90% menor em comparação a uma obra do metrô convencional."
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