O
Metrô de São Paulo admitiu que uma falha em um trem na Estação da Luz,
no Centro, deixou o cadeirante Bruno Vilela, de 27 anos, preso por cerca
de 30 minutos na plataforma. O incidente aconteceu na noite de
sexta-feira (23) e foi divulgado nas redes sociais.
Na
nota, o Metrô informa, porém, que funcionários da estação auxiliaram o
cadeirante. "Apuramos que houve uma falha no local de parada automática
do trem às 22h30 de 23 de março e o usuário encontrava-se no terceiro
carro. Nossos empregados da Estação Luz estiveram junto do usuário todo o
tempo e auxiliaram seu desembarque no terceiro trem após a ocorrência".
O
Metrô, entretanto, informou que a orientação é que os portadores de
deficiência ou com restrição de mobilidade utilizem o primeiro carro,
"pois o embarque e desembarque é monitorado por câmeras e pelo operador,
possibilitando uma atuação imediata no caso de qualquer anormalidade."
Como
faz todas as semanas, o bancário e estudante Bruno Vilela voltava da
faculdade onde cursa ciências contábeis, em Santana, na Zona Norte, e
parou na Luz para pegar uma composição da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM). “Desci de costas, porque o degrau do trem era
alto e, quando faço assim, o impacto é menor. O problema é que o
maquinista parou um pouco mais para frente”, disse nesta terça (27).
Quando
percebeu, o jovem viu que estava na lateral do direcionador de fluxo - a
barreira metálica usada para organizar a entrada dos passageiros nas
estações mais movimentadas. “Quando me virei para voltar, a porta foi
fechada”, contou.
Impossibilitado
de se mover pela proximidade com o vão dos trilhos, ele pediu ajuda
para outros passageiros, que acionaram funcionários do Metrô. Enquanto o
auxílio não chegava, Vilela aguardava, ansioso, por outro equívoco.
“Mas os outros maquinistas nunca paravam no lugar errado. Não conseguiam
acertar o erro”, disse.
Entre
as 22h30 e as 23h daquele dia, o jovem, cansado, viu ao menos dez trens
passarem. “Não sabia se ria ou se chorava. Era uma situação
tragicômica. Pedi para outro passageiro tirar foto, postei no Facebook e
pedi para que as pessoas compartilhassem.”
Um
dos funcionários destacados para ajudá-lo decidiu entrar em contato via
rádio com o condutor de uma composição que, finalmente, conseguiu parar
com a porta de um dos vagões em frente a Vilela. Ele entrou no vagão e o
trem avançou alguns metros, até o ponto correto, onde desembarcou. De
lá, seguiu viagem pela CPTM até o Jaraguá, bairro da Zona Norte onde
mora.
Questionado,
o bancário disse que, no geral, os serviços no Metrô e na CPTM são
bons. “O problema maior é o maquinista não ter ideia do que pode
acontecer [quando para fora do lugar]. Podia ser um cego, outro
cadeirante. Tudo bem parar errado, o problema é abrir a porta depois.”
De agora em diante, ele disse que irá redobrar a atenção ao descer nas
estações.
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