Beneficiada
pelo aumento de 15% nas tarifas, expansão da carga transportada e uma
parcela de receitas não recorrentes, a concessionária de ferrovia MRS
Logística, que atua no Sudeste, fechou o ano passado com receita líquida
27,4% maior, em R$ 2,86 bilhões. Na última linha do balanço, a empresa
obteve desempenho quase 19% superior.
"Foi nosso
melhor ano desde 2009, pois limpamos o balanço de eventos não
recorrentes e revertemos o resultado ruim de 2010", afirmou Eduardo
Parente, presidente da MRS. Esses tiveram peso negativo de R$ 158
milhões no exercício anterior e positivo de R$ 68 milhões no ano
passado.
A receita bruta
da empresa totalizou R$ 3,12 bilhões em 2011, alta de 25,7%, voltando
para um patamar próximo ao recorde de 2008. Naquele ano atingiu R$ 3,4
bilhões. Em torno de 75% da carga transportada é do tipo "heavy hal" -
minério de ferro, carvão e coque. Carga geral fica com um quarto:
produtos siderúrgicos, cimento, celulose e contêineres.
O lucro líquido
da concessionária, controlada por grupos de mineração e de siderurgia,
alcançou R$ 521 milhões no ano. Segundo justificativa da empresa, "o
recorde de produção anual associado ao aumento da tarifa média, via
recomposição tarifária implementada ainda no primeiro trimestre,
incrementou significativamente os resultados financeiros de 2011, além
de melhorar os indicadores de capacidade de pagamento da dívida".
O resultado
operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) apresentou crescimento de 46,8% acima do
valor do ano anterior, indo a R$ 1,18 bilhão. A margem Ebitda atingiu
41,4%, alta de 5,4 pontos percentuais comparada à de 2010. "Alcançou um
patamar de normalidade, suficiente para remunerar o capital empregado",
diz Parente.
Com uma
política de fortes investimentos na última década, para fazer expansão
da malha viária e da frota rodante, a empresa atingiu a marca recorde de
152,4 milhões de toneladas úteis transportadas em 2011. A previsão para
este ano é de 172 milhões de toneladas, com aumento tanto de carga
pesada quanto de cargas gerais, com destaque para produtos siderúrgicos.
"Estamos adquirindo mais 100 vagões para esse tipo de carga,
totalizando mais de 200 em dois anos", diz.
Devido aos
investimentos realizados e à demanda aquecida por minério de ferro no
mercado internacional, puxado pela China, e melhoria no mercado
doméstico, a ferrovia obteve crescimento de 6,5% no transporte de cargas
ligadas ao grupo "heavy haul", com acréscimo de 7 milhões de toneladas
em relação ao volume de 2010. Apenas para exportação, a MRS transportou
mais de 90 milhões de toneladas de minério de ferro no ano.
Para atender o
crescimento de seus maiores clientes, como Vale, CSN, Usiminas, MMX e
ArcelorMittal no minério de ferro, a empresa prevê elevar o investimento
para R$ 1,58 bilhão em 2012, informa Parente. O valor representa cerca
de 30% a mais que os R$ 1,12 bilhão aplicados no ano passado, sendo
cerca de 70% em material rodante e na malha férrea.
Parente atribui
a dois fatores os recordes de produção, além da maior estabilidade nos
níveis de produção mensal da empresa: a implantação de operações
especiais de manutenção, com ganhos de eficiência e produtividade, e a
mudança do sistema operacional, com aquisição de locomotivas de maior
potência.
A empresa
encerrou o ano com endividamento líquido de R$ 1,9 bilhão. O valor
corresponde a 1,61 vezes o Ebitda. "Nossa meta é manter essa relação
abaixo de 2".
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