O sistema de trens de passageiros da Região Metropolitana de São Paulo
atingiu os 7,1 milhões de pessoas transportadas por dia. A marca é
recorde na média de dias úteis de março e aponta acréscimo de 1,2 milhão
de passageiros nos trens da CPTM e do Metrô em relação ao mesmo mês de
2011, quando foram 5,9 milhões.
O aumento de 20% na demanda equivale ao total transportado por dia na
rede do Rio de Janeiro. Ainda são 200 mil pessoas a mais que a população
de Campinas, a maior cidade do interior paulista. "Em um ano, crescemos
um Rio de Janeiro no sistema", confirma o secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Com toda essa massa se deslocando nos vagões, o desconforto dos
passageiros não tem data para acabar. Pelo menos nos próximos três anos,
segundo especialistas, viajar de trem em horários de pico será tarefa
muitas vezes disputada no braço. A cena é comum em estações como Luz,
Brás e Pinheiros, que oferecem integração gratuita entre Metrô e CPTM,
consideradas os principais gargalos nos trilhos. Em muitos casos, o
simples ato de entrar
ou sair dos trens ou conseguir lugar no vagão vira uma batalha. A malha
tem 89 estações e atende 22 municípios. "Não há como oferecer conforto
adequado no pico", reconhece o secretário (leia na C3). Para ele, a
demanda ainda vai aumentar até chegar a 9,2 milhões de passageiros por
dia em 2014.
Para o professor de ferrovias da Escola
Politécnica da USP, Telmo Porto, pico confortável é inviável. "Isso não
existe", diz, destacando que o desconforto dos passageiros não tem
solução a curto prazo. Para ele, o forte impacto no fluxo de passageiros
pode ser explicado por pelo menos quatro fatores: bilhete único, novas
estações do Metrô, aquecimento da economia e política de ocupação do
solo da cidade. Tudo isso, segundo o professor, aumenta a pressão sobre o
fluxo de passageiros em uma rede ferroviária que foi construída para
demandas bem menores.
O especialista lembra ainda que há anos falta a São Paulo uma visão
sistêmica do transporte. "Trens, trilhos, subestações, rede elétrica,
sinalização. Tudo precisa estar muito ajustado para o sistema
funcionar." Mas Porto está otimista. "Em dois anos estaremos melhor do
que estamos hoje", declara. "Há muitas ações sendo feitas no sistema."
Para Eluis Alves de Matos, presidente do Sindicato dos Ferroviários de
São Paulo, as falhas ocorrem por falta de investimentos. O principal
gargalo, segundo ele, é a questão da energia. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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