Há pelo menos
três anos o Metrô não registra em suas estações e trens ocorrências
graves envolvendo torcidas organizadas como a do último domingo, quando
dois palmeirenses foram assassinados durante confronto entre torcedores
da Mancha Alviverde (Palmeiras) e Gaviões da Fiel (Corinthians) após uma
emboscada.
A fórmula não é
mágica, mas fruto de muito estudo e reuniões, segundo Rubens Menezes,
chefe do departamento de segurança do Metrô.
As torcidas
organizadas são “blindadas” pelos agentes de segurança em dias de
jogos, para garantir a segurança de todos os passageiros e evitar
transtornos. Com isso, a companhia impede que o grupo tenha contato com
os demais usuários e, principalmente, com integrantes de times rivais.
O esquema,
segundo Menezes, é o seguinte: a PM escolta os torcedores em horário
combinado, do ponto de encontro até a estação de embarque estabelecida.
Todos passam por revista pessoal, para impedir a entrada de armas,
pedras, objetos pontiagudos e rojões.
Em seguida, o
grupo é colocado em uma composição especialmente destinada a esse tipo
de operação, sem a presença de outros passageiros, e levado diretamente
(sem nenhuma parada) ao destino, definido de acordo com tipo e número
de torcedores. Nesse trem viajam também diretores da torcida e agentes
de segurança para conter a multidão em caso de eventuais provocações. O
trajeto é monitorado por câmeras.
BATALHÃO DE
CHOQUE / Pelo menos três dias antes de jogos uma reunião é realizada no 2
Batalhão de Choque da PM - responsável pela segurança nos estádios –
para definir regras de comportamento. Do encontro participam, além das
polícias Militar e Civil, todos os órgãos responsáveis por transporte
(Metrô, CPTM, SPTrans, Companhia de Engenharia de Tráfego) e diretores
de torcidas.
No caso do
clássico entre Corinthians e Palmeiras nenhuma das torcidas pediu
segurança, diz Menezes, confirmando o que a polícia havia adiantado.
Quando o trem
chega na estação final – Clínicas ou Marechal Deodoro, caso o jogo seja
no Pacaembu – os torcedores são desembarcados por agentes e, na rua,
novamente escoltados até o estádio pela PM.
Na volta o
esquema é o mesmo. A diferença é que a torcida minoritária é retida por
cerca de uma hora no estádio até a dispersão dos demais torcedores.
Centro de controle recebe em média 190 denúncias diárias
Para coibir
irregularidades, o Metrô conta com a ajuda do usuário, que faz
denúncias por SMS ao centro de monitoramento. O canal de comunicação foi
criado em 26 de janeiro de 2011 e, até dezembro do ano passado,
computou 50 mil torpedos enviados. Segundo Rubens Menezes, chefe da
segurança, até o ano passado eram recebidos, em média, 60 torpedos por
dia. Hoje eles já somam 190. Em novembro entrou em funcionamento o
sistema de resposta imediata.
O tempo médio
de averiguação da denúncia é de até 7 minutos. As principais reclamações
são a presença de ambulantes, pedintes, som alto, uso de bancos
preferenciais e pessoas impedindo o fechamento de portas nos trens.
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