Com
grande importância histórica no desenvolvimento de São Paulo, já que
serviu para transportar primeiro cal e depois cimento para grandes obras
do País, como a construção de Brasília, a Estrada Férrea
Perus-Pirapora, encravada no extremo oeste da Capital, agora é um ponto
turístico que recebe em seus passeios mais de 500 pessoas por mês.
Inaugurada em
1914, com o pretexto dos empresários de transportar romeiros para
Pirapora de Bom Jesus, o que nunca efetivamente aconteceu, a linha tem
sido reformada e mantida pelo Instituto de Ferrovias e Preservação do
Patrimônio Cultural (IEPPC), desde 2000, quando o grupo recebeu a
concessão de 15 km dos 31 km existentes por 50 anos.
Com mais de R$
500 mil investidos nos últimos 12 anos, a maioria com trabalho
voluntário e ajuda de parceiros, o objetivo é aumentar o número de
visitantes e transformar o local em um dos grandes pontos turísticos de
São Paulo. “Queremos que os brasileiros e paulistanos conheçam mais a
história e importância desta estrada. Recebemos uma comitiva de
ingleses, que conheciam e sabiam de tudo. Os brasileiros desconhecem.
Nosso objetivo é transformar a Perus-Pirapora em um lugar para os
brasileiros”, disse o vice-presidente da IEPPC, Nelson Camargo, que teve
pai e avô trabalhando na estrada, que foi completamente desativada em
1974.
O objetivo é
ampliar as visitas e as atividades turísticas na EF Perus Pirapora. Além
de agendar os passeios dominicais, o instituto planeja aumentar o
trecho trafegável para visitantes, que hoje é de apenas 2,5 km, e para
isso busca novos parceiros, além dos que já tem, como a Natura.
“Com certeza
precisamos de parceiros. A maioria do trabalho foi voluntário, mas tudo
demora mais. Temos projeto para ampliar em mais 1,5 km, mas precisamos
de recursos para contratar um empresa para que o serviço seja feito em
um ano”, pediu Camargo.
Estrada férrea renasceu do matagal
Após ser
desativada em 1974, com o fechamento das fábricas de cimento e
pedreiras, que utilizavam suas linhas desde 1910 para o transporte de
calcário, a EF Perus-Pirapora ficou às moscas até 2000.
Desde então, o
espaço passou a ser conservado pelo Instituto de Ferrovias e Preservação
do Patrimônio Cultural (IEPPC), que, além de reformar composições e
montar trilhos, teve de tirar a ferrovia do meio do mato, em pleno
Parque Municipal Anhanguera.
“Quando
conseguimos a concessão, após mais de dez anos de luta, tinha muita
terra e árvores com mais de 20 metros no meio dos trilhos. Uma estrada
tão importante não poderia ficar esquecida e ser apagada”, diz Nelson
Camargo.
A ideia é fazer
o mesmo tipo de serviço em todos os 15 km. “O que já foi conseguido foi
uma vitória de todos. Com incentivos podemos mais. O sonho é que todo o
trecho fosse trafegável, fizesse transporte de passageiros e
chegássemos a ter embarques na estação Perus da CPTM. Isso tornaria a
Perus-Pirapora mais conhecida e devolveria sua importância na história.”
Vice-presidente do IEPPC é ex-ferroviário
A conservação,
manutenção e ampliação do turismo da EF Perus-Pirapora tem ligação
sentimental com os integrantes do Instituto de Ferrovias e Preservação
do Patrimônio Cultural (IEPPC).
O
vice-presidente do instituto, Nelson Camargo é ex-ferroviário. E pai e
avô trabalharam na ferrovia e na fábrica de cimento, que utilizava o
ramal. Voluntário e nascido no Perus, aos 63 anos ele ainda se emociona
quando fala da EF Perus-Pirapora.
“É uma luta,
que gosto muito. Preservar a história e participar dela é gratificante.
Não queremos nada, além de mostrar aos brasileiros o valor desse lugar.”
O grupo de trabalho inclui também um doutor em história e um advogado apaixonado pela conservação da estrada.
“A maioria das
pessoas é voluntária. Faz porque gosta e acredita que um dia os turistas
estejam mais presentes aqui e reconhecendo a história”, diz Carmargo.
Fonte: Metrô News
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