Alerta é de especialistas após incêndio que atingiu o Centro de Controle Operacional na Estação Brás
Segundo a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a
paralisação do sistema de trens no último sábado ocorreu por causa de
uma pane elétrica. “O prédio (do Centro de Controle Operacional) teve de
ser evacuado em decorrência da fumaça provocada pelo princípio de
incêndio em uma sala técnica, onde estão instalados os no breaks da
iluminação”, disse a empresa, por meio de nota.
Especialistas consultados pelo DIÁRIO questionaram a vulnerabilidade
do local, que controla todo o sistema de trens. “O sistema inteiro parar
por causa de uma bateria é uma fragilidade monstruosa”, disse o
especialista em sistema ferroviário e consultor do Sinferp (Sindicato
dos Ferroviários de Trens de Passageiros da Sorocabana), Rogério
Centofanti.
“São necessários sistemas paralelos para que uma nova falha, que pode
ocorrer do mesmo jeito, não paralise tudo”, falou Centofanti.
“Graças a Deus que isso não ocorreu em uma segunda-feira”, disse o
especialista em planejamento e transportes e professor da USP Telmo
Giolito Porto. Para Porto, porém, não houve risco aos passageiros.
“Os sistemas mais vitais de segurança, que chamamos de ‘fail-safe’ (à
prova de falhas), não ficam no Centro de Controle Operacional e sim nos
trens e nas estações”, disse Porto.
“O que ocorreu foi um problema imprevisível, um fio de cobre de 50
centavos em um sistema secundário. Como é o no-break, pode ter sido o
responsável. Isso pode ter ocorrido por falhas na instalação ou na
manutenção. Cabe à investigação determinar isso”, afirmou o professor da
USP.
“Parar o serviço foi a melhor decisão para evitar tumultos, o que certamente ocorreria”, concluiu Porto.
Sindicância interna vai tentar identificar os responsáveis
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) abriu uma
sindicância interna para apurar as causas do incêndio que atingiu no
sábado à tarde o Centro de Centro de Controle de Operações da
operadora, na Estação Brás, no Centro, e paralisou o sistema de trens da
capital por quatro horas, deixando 390 mil pessoas sem transporte
ferroviário.
A comissão interna de segurança da CPTM , o Copese (Conselho
Permanente de Segurança Operacional), se reúne quando ocorre uma falha
grave no serviço de trens. No sábado, o diretor de engenharia e obras da
CPTM, José Augusto Bissacot, membro do Copese, não havia confirmado a
abertura de sindicância.
“A ocorrência foi registrada na Delpom (Delegacia de Polícia do
Metropolitano), que realizou perícia no local. Paralelamente, a CPTM
instaurou sindicância para apurar as causas da ocorrência e propor
medidas preventivas cabíveis, com prazo de 30 dias”, disse a empresa,
por meio de nota.
O DIÁRIO solicitou à assessoria de comunicação da CPTM entrevistas
com membros do Copese, mas a controladora dos trens da capital afirmou
que eles só se pronunciarão após a conclusão das análises. “As
investigações ocorrem em sigilo e por esse motivo não é possível
entrevistas com os membros da comissão”, diz a empresa do governo
estadual.
Fonte: Diário de São Paulo
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