A companhia do Metrô de São Paulo anuncia que o primeiro trecho da
Linha Prata - 15, construída em monotrilho elevado, deverá ficar pronto
ainda em 2013.
O primeiro trecho do monotrilho da zona Leste da cidade de São Paulo,
que ligará o bairro Cidade Tiradentes à estação Vila Prudente da linha 2
– Verde do Metrô, deverá ficar pronto ainda em 2013. Nessa etapa, serão
entregues 2,9 km de via, as estações Vila Prudente e Oratório e o Pátio
Oratório. A obra faz parte do projeto da Linha 15 – Prata, do
monotrilho de São Paulo, que terá extensão total de 24,5 km, 17 estações
e dois pátios de estacionamento e manutenção de trens, atendendo 500
mil usuários por dia até o final de 2016.
A implantação do sistema elevado e segregado do viário, sem similar
no Brasil, está sob a responsabilidade do Consórcio Expresso Monotrilho
Leste. Segundo o consórcio, o chamado “efeito Minhocão”, com degradação
do entorno, não existe devido à elevação de vias e estações a 15 m, com
espaçamento de 30 m entre os pilares, o que impede o sombreamento do
solo
Impacto na vizinhança
Um dos fatores determinantes para a escolha do modal foi a
possibilidade de implementá-lo nos canteiros das avenidas centrais,
minimizando o impacto da ocupação do viário. Isso só foi possível em
virtude das condições do traçado, que permitia a construção dos pilares
e, consequentemente, a elevação da via a alturas que variam de 12 m a 15
m. “Avaliamos todas as opções, incluindo os Veículos Leves sobre
Trilhos (VLTs). Mas esse sistema demandaria a construção de uma
canaleta, ocupando uma faixa do viário. Os corredores de ônibus a diesel
também foram descartados porque sua capacidade de transporte é metade
da do monotrilho, de apenas 250 mil usuários por dia”, explica Paulo
Sérgio Amalfi Meca, gerente do empreendimento Linha 15 – Prata.
Além de custar em torno de 50% a 60% de uma linha de metrô, outra
vantagem do sistema, segundo o Metrô de São Paulo, é a redução no número
de desapropriações – um terço do necessário para a construção de linhas
enterradas. O grande diferencial do ponto de vista da engenharia, no
entanto, é a adaptabilidade ao viário. O monotrilho permite vencer
curvas acentuadas de até 45 m de raio, acompanhando o desenho do viário,
o que seria impossível com trens convencionais. “A forma como os carros
são concebidos e as dimensões entre os seus truques também contribuem
para maior adequação, possibilitando, inclusive, vencer rampas com até
6% de inclinação, ante 4% do trem convencional do metrô”, observa Meca.
"Efeito Minhocão"
O receio inicial com relação ao impacto visual, à geração de ruídos e
ao chamado “efeito Minhocão”, com possível sombreamento e degradação do
entorno das vias, foi a principal barreira para a aceitação do novo
sistema de transporte por parte da população e dos órgãos públicos. De
acordo com Meca, os temores são infundados, já que os pneus dos veículos
do monotrilho são de borracha e a leveza da estrutura – com espaços
vazados entre vigas de concreto, que ficam a 15 m de altura do chão –
reduz a sombra no solo.
Como parte das exigências para licenciamento ambiental, o projeto
prevê tratamento paisagístico – com plantio de árvores que integrarão o
processo de reurbanização das avenidas por onde o monotrilho passará – e
a implantação de ciclovia ao longo dos 24,5 km de extensão das vias e
de bicicletários com capacidade para 50 bicicletas em cada estação.
Fonte: Mobilize-se
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