Funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) entraram em greve nesta quarta-feira (23) em São Paulo. Em razão
disso, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio
municipal de veículos. A SPTrans, por sua vez, acionou o Plano de
Atendimento entre Empresas de Transporte
em Situação de Emergência (Paese), ampliando o atendimento de ônibus
entre as estações afetadas. Veja abaixo a situação das linhas do Metrô e
da CPTM por volta das 6h17:
Linha 3-Vermelha
A Linha 3-Vermelha, do Metrô, que liga Corinthians-Itaquera à Estação
Palmeiras-Barra Funda, operava apenas no trecho entre a Estação Santa
Cecília e a Estação Bresser.
Segundo informações do Metrô, as três linhas em operação nesta manhã
tinham velocidade reduzida. Ainda segundo o Metrô, a operação é
realizada com funcionários que não aderiram à greve e com o quadro
administrativo que auxilia nas estações e bilheterias.
Linha 4-Amarela e Linha 5-Lilás
A Linha 5-Lilás, do Metrô, começou a operar em todas as suas estações
por volta das 5h10. A Linha 4-Amarela, operada pela iniciativa privada,
operava normalmente desde a madrugada.
Linha 11-Coral e Linha 12-Safira
Na CPTM, as linhas 11-Coral e 12-Safira estavam paradas por volta das 6h. Ônibus gratuitos foram colocados à disposição dos passageiros de todas as linhas.
Demais linhas da CPTM
Na CPTM, as linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa
funcionam normalmente. Nas linhas 11-Coral e 12-Safira, onde não ocorria
o transporte, ônibus foram colocados para fazer os trajetos de Mogi das
Cruzes a Guaianazes e Guianazes a Brásna primeira e de Poá a Itaim
Paulista e do Itaim Paulista a Brás na segunda.
Estações fechadas
No Terminal Jabaquara, as portas do Metrô estavam fechadas, e havia um
grande acúmulo de passageiros. Muitos dizem que não sabiam da greve, e
não sabem se conseguirão ir para o trabalho. Os ônibus que foram colocados à disposição dos passageiros saíam lotados desde a madrugada.
Sindicatos que representam trabalhadores do Metrô e das linhas 11 e 12
da CPTM decidiram na noite de terça-feira (22) declarar greve a partir
da 0h desta quarta. Nos dois casos, decisões da Justiça do Trabalho
determinam que o efetivo seja mantido sob pena de multa diária de R$ 100
mil.
Caso os sindicatos descumpram a decisão, Metrô e CPTM afirmam que aproximadamente 4,8 milhões de passageiros podem ser afetados.
Rodízio e Paese
Por causa da declaração de greve, o rodízio municipal de veículos, que
nesta quarta limitaria a circulação de carros e caminhões com placas
finais 5 e 6, foi suspenso, segundo a CET. A SPTrans acionou o Plano de
Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência
(Paese) - com ele, as linhas com destino às estações do Metrô tiveram
seu trajeto estendido até a região central de São Paulo.
A Polícia Militar informou que vai reforçar o policiamento nas estações
da CPTM e do Metrô, inclusive nas operadas pelo Consórcio ViaQuatro.
Até por volta de 5h30, não havia informações sobre confusões nas estações das linhas paralisadas.
Greve no Metrô
A decisão do Sindicato dos Metroviários de São Paulo de optar pela
paralisação ocorreu após uma audiência com representantes do Metrô que
terminou sem acordo. A Justiça do Trabalho determinou, no entanto, que o
sindicato dos Metroviários mantenha 100% da frota funcionando durante
os horários de pico e 85% nos demais horários e proibiu a liberaração
das catracas.
Caso as determinações não sejam cumpridas, o sindicato terá que pagar
multa de R$ 100 mil diários. Os horários de pico são das 5h até as 9h e
das 17h às 20h. A audiência de conciliação desta tarde foi realizada no
Tribunal Regional do Trabalho - 2ª Região, e mediada pela desembargadora
e vice-presidente do tribunal, Anélia Li Chum.
O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, criticou o
andamento das negociações. “Para não prejudicar a população de São
Paulo, nós propusemos a catraca livre, mas não foi aceito. Além disso,
fizemos algumas reconsiderações para sair do impasse, mas o Metrô
respondeu com propostas menores do que as da Justiça. Não tivemos outra
alternativa a não ser a paralisação”, afirmou.
O presidente do sindicato disse que não vai atender à determinação de
manter 100% de operação em horário de pico e que vai recorrer contra
eventuais multas.
Segundo o presidente, os turnos da noite (que começa à meia-noite) e da
manhã não irão entrar para trabalhar. “Se nesse período houver alguma
proposta do Metrô, vamos realizar uma assembleia ao meio-dia para
decidir o que fazer.”
Reivindicação e negociações
Os metroviários reivindicam 5,13% de reajuste salarial, 14,99% de
aumento real, vale-alimentação de R$ 280,45 e reajuste de 23,44% no
vale-refeição, além de equiparação salarial, 36 horas semanais,
periculosidade sobre todos os vencimentos, adicional de risco de vida de
30%, plano de saúde acessível para os aposentados e reintegração dos
demitidos em 2007.
Durante a audiência desta tarde, a companhia propôs reposição da
inflação pelo Índice Nacional de Preços (IPC) e aumento real de 1,5%. A
desembargadora propôs reajuste pelo INPC mais 1,5% de aumento real.
O Metrô propôs vale-alimentação de R$ 158,57 enquanto os metroviários
mantiveram a reivindicação de R$ 280,45. A desembargadora propôs R$ 218.
Em relação ao vale-refeição, o Metrô propôs elevar o valor para R$ 21 e
o sindicato manteve a reivindicação de R$ 25,25. A desembargadora
estipulou o valor em R$ 23.
Há divergências também sobre o adicional de risco para agentes de
segurança e de plataforma, sobre a equiparação salarial de funcionários
que exercem as mesmas funções, adicional de periculosidade, aumento da
contribuição do Metrô nos planos de saúde dos funcionários e readmissão
de 61 grevistas demitidos em 2007.
Os dois lados concordaram apenas em montar comissões para discutir
pontos mais polêmicos como a distribuição de participação nos resultados
e a jornada de trabalho dos funcionários que iniciam ou terminam seus
turnos fora do horário de funcionamento do sistema de transporte
público.
Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos informou que o Metrô
e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também
concordaram em consolidar todas as cláusulas sociais presen
tes nos atuais dissídios coletivos e estão dispostos a debater eventuais pendências remanescentes.
Linhas 11 e 12 da CPTM
Os funcionários das linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram entrar em greve em assembleia
realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da
Zona Central do Brasil (STEFZCB).
A greve nas duas linhas da CPTM está programada para começar a partir da
0h desta quarta-feira (23), por tempo indeterminado. Está prevista uma
nova assembleia às 18h desta quarta, para avaliar a paralisação. Cerca
de 850 mil passageiros usam diariamente as duas linhas.
Em nota, a CPTM informou que os sindicatos das linhas 7, 8, 9 e 10
continuam em negociação e as linhas vão operar normalmente. A companhia
ressaltou que espera que seja cumprida decisão do Tribunal Regional do
Trabalho (TRT/SP) para que 85% efetivo seja mantido nos horários de pico
(das 5h30 às 10h e das 16h às 20h30) e 70% nos demais horários.
Propostas da CPTM
A Companhia informou que apresentou nova proposta nesta terça
reajustando o valor do vale-refeição de R$ 18 para R$ 20, correção
salarial de 4,60% (IPC/FIPE) + 1,5% de produtividade. Além disso,
sinalizou que os funcionários terão direito a participação nos
resultados da empresa, a ser pago em 2013, com valor mínimo de R$ 3 mil.
G1
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