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Trem série 700 da CBTU - Atual série 1700 CPTM |
Por Diego Silva
Imagens: Divulgação - Coleção particular
Quando do início de suas operações, a CPTM herdou frotas completamente
destruídas da então CBTU, e trens, até certo ponto, bem cuidados da
FEPASA. Por muitos anos não se investiu em trens em São Paulo, o que fez
com que o sistema se sucateasse por si só. Os trens herdados pela CPTM,
para seu início de operação, estavam em estado deplorável: sem qualquer
segurança, viajando com portas abertas, sistema de freios que não eram
confiáveis, visual desagradável e falta de conforto para seus usuários.
Em mais uma postagem sobre os 20 anos da CPTM, hoje falaremos do que
move a empresa: seus trens, em especial, as frotas que deram origem ao
que hoje temos.
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Trem série 401 (atual série 1400 da CPTM), na transição RFFSA/CBTU |
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Trem série 431M 'Tang' da CBTU (atual 1600 #1605/1606 da CPTM) |
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A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) administrava o que hoje
são as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa. Durante sua passagem em São Paulo
(entre 1981 e 1992), a empresa não adquiriu novas frotas, tendo também
herdado o que sua sucessora (RFFSA) havia lhe deixado, nas piores
condições possíveis. Da CBTU, grande parte do que ficou foi em aço inox,
de construção Budd, adquiridos ainda pela EFSJ (Estrada de Ferro
Santos-Jundiaí, que sucedeu a São Paulo Railway, e foi sucedida pela
RFFSA). As frotas deixadas pela CBTU foram: 101 (atual série 1100), 401
(atual série 1400), 431 (atual série 1600), 700 (atual série 1700) e 400
(atual série 1400). Um detalhe que chamava a atenção, no início da
CPTM, era o improviso. Muitos trens das frotas Budd (101/401/431)
circulavam com 'tampões' de madeira no piso, a fim de servir de remendo
para furos e desgastes.
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UI9000 da Fepasa - Atual série 5000 da CPTM - Estação Júlio Prestes |
Já a FEPASA, repassou trens em melhor estado para a CPTM. As três frotas
repassadas chegaram com certo zelo da lendária empresa paulista. Sendo
elas: 9000/5000 (atual série 5000), 9500 (série 5500, retirada de
circulação no fim de 2011) e 5600 (série 4800, retirada de circulação em
2010). Os mais vividos no sistema de trens paulistas sempre relevam que
a FEPASA era quem melhor administrava a ferrovia suburbana. Fato esse
não é difícil de confirmar, bastando comparar o sistema FEPASA com seus
'rivais' CBTU e RFFSA. A primeira não dava a menor atenção para trens ou
estações, e a segunda sempre focou no sistema de cargas.
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Trem série 101 em Paranapiacaba - Atual série 1100 da CPTM |
Ou seja, em 1994, ano em que a CPTM assumiu efetivamente a operação e
administração do sistema de trens metropolitanos de São Paulo, podia-se
observar as seguintes frotas: 101 (reformado e modernizado em 1996/1997,
passando a ser o série 1100); 400 (renumerado para 4400, frota mais
'sofrida' herdada pela CPTM); 401 (revisado em 1997, renumerado para
1400); 431 (renumerado para 1600); 700 (revisado entre 1999 e 2001,
passando a ser 1700 já em 1994); 5000 (principal frota da Fepasa), 9500
(revisado e disposto como série 160, posteriormente modificado para
5500); 5600 (posteriormente renumerado para 4800, que finalizou as
operações em 30 de abril de 2010). A partir de 1997, iniciou-se a
aquisição de novas frotas, e a completa renovação do sistema, que será
tema das próximas postagens.
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