Embora a demanda não pare de aumentar, o tamanho da malha da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que atende os passageiros
encolheu. Desde o ano passado, 252 quilômetros de trilhos estão à
disposição de quem usa o sistema diariamente - extensão 8,3 km menor do
que a existente até meados de 2010. Ou seja, a rede diminuiu cerca de
3%. Nos últimos dois anos, no entanto, o número de usuários subiu 9,1%.
Trechos de duas linhas férreas deixaram de transportar passageiros no
período. O primeiro, em maio de 2010, fica na Linha-8 Diamante
(Itapevi-Júlio Prestes). Trata-se da ponta oeste desse tramo, entre as
Estações Amador Bueno e Itapevi, ambas no município de Itapevi, em um
trajeto de 6,3 km.
O outro, mais carregado, está em plena região central de São Paulo. Em
agosto, a CPTM desativou a circulação de passageiros entre as Estações
Brás e Luz da Linha 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra), alegando que
executaria obras de modernização no trecho de 2 km.
Mas, no início de 2012, a empresa informou que havia decidido não
reabri-lo - o que revoltou quem aguardava o retorno do serviço.
É o caso da autônoma Marilda de Fátima Balbino, de 56 anos. Moradora de
São Bernardo do Campo, no ABC, ela usa os trens para ir à capital duas
vezes por semana. "Ficou complicado. Antes eu descia na Luz, porque era
mais fácil. No Brás, a lotação é maior", diz.
A CPTM informou que a linha passou a ter "um novo modelo operacional".
No fim de março, o presidente da empresa, Mário Bandeira, afirmou que a
Linha 10-Turquesa "definitivamente" não chegaria novamente até a Estação
Luz.
Obras em atraso. O engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em transportes
pela Universidade de São Paulo (USP), encara a medida como necessária.
"Para quem usava o trecho foi prejudicial. Mas, para o sistema como um
todo, foi muito bom, porque alivia as estações mais centrais. É um
problema até de segurança", avalia.
No entanto, as obras de modernização no trecho da Linha 8-Diamante entre
as Estações Amador Bueno e Itapevi estão atrasadas. Quando elas
começaram, a CPTM informou que acabariam até o fim de 2011. Agora, o
prazo é o fim deste ano.
A empresa diz que isso se deve a intervenções em rochas na lateral da
via que demoraram mais do que o previsto. Ônibus gratuitos fazem o
percurso enquanto a reforma - orçada em R$ 66,8 milhões - não termina.
Antes, dois trens faziam esse trajeto gratuitamente.
Demanda. O número de passageiros transportados pela CPTM cresceu de 642
milhões em 2010 para 700,2 milhões no ano passado. A cada dia útil, a
empresa carregou em média 2,3 milhões de usuários - 200 mil mais do que
há dois anos.
O recorde histórico de demanda ocorreu em 11 de novembro do ano passado,
quando exatos 2.686.220 passageiros foram transportados pela companhia.
A CPTM tem 89 estações em 22 cidades, a maioria na Grande São Paulo.
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