O projeto funcional realizado pelo Metrô (Companhia do Metropolitano de
São Paulo) para a implementação da Linha 18-Bronze, que vai ligar o
Grande ABC à Capital através de monotrilho, possui 51 áreas passíveis de
desapropriação em São Paulo, São Caetano, Santo André e São Bernardo.
Estes locais somam 200.876 metros quadrados de território.
Porém, este plano, que foi realizado há dois anos e contratado pela
Prefeitura de São Bernardo, é apenas inicial. O documento fornece
preliminarmente informações aproximadas do traçado, quantidade e
proposta de localização de estações e demanda.
Nos dias 2 e 13 de fevereiro houve acolhimento e publicação da MIP
(Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada) por parte de 12
empresas interessadas em realizar Laudo Macro de Avaliação de Áreas para
Desapropriações.
O prazo para apresentação desses estudos é meados de junho. A partir
daí, a empresa escolhida fará o projeto básico, que estabelecerá o
traçado definitivo e a localização exata das estações e seus acessos.
"A geometria deste tipo de veículo exige continuidade. Nem sempre é
possível alterar o plano de desapropriações. Porém, normalmente, durante
a elaboração do projeto executivo, são realizadas várias análises para
adequar o traçado no intuito de minimizar grandes impactos. Isso é comum
no processo de construção deste equipamento", relatou Creso Peixoto,
especialista em mobilidade urbana e professor da FEI (Fundação
Educacional Inaciana).
Prefeitura - As prefeituras de Santo André, São Caetano e São Bernardo
comunicaram que a elaboração do projeto básico, executivo, detalhamento
sobre as desapropriações e decreto de utilidade pública são de
responsabilidade do governo do Estado.
Porém, o Metrô informou que está recebendo uma série de demandas das
administrações municipais do Grande ABC, sugerindo pequenas alterações
que serão consideradas no desenvolvimento do projeto. De acordo com a
estatal, eventuais obstáculos ou dificuldades para implantação da linha
poderão ser equacionados na elaboração do projeto básico.
A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, na terça-feira, repasse de
recursos no valor de aproximadamente R$ 1,7 bilhão ao governo do Estado
para a implementação da Linha 18-Bronze do Metrô no Grande ABC. As obras
do monotrilho serão financiadas pelo PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades.
Áreas importantes - Na lista inicial de áreas passíveis de
desapropriações, o Metrô relacionou: parte da Faculdade de Engenharia
Mauá, em São Caetano, pedaço do núcleo habitacional Bom Pastor, em Santo
André, e prédio residencial de 30 andares localizado na Avenida Aldino
Pinotti, Centro de São Bernardo, que foi entregue em dezembro.
A companhia estadual ressaltou que, neste momento, qualquer afirmação
sobre desapropriações é precipitada. Porém, o Metrô assegurou que não
será preciso desocupar a referida torre de apartamentos na Aldino
Pinotti.
Moradores pretendem debater trajeto
Moradores de São Bernardo, uma das cidades que receberão a Linha-18
Bronze do Metrô no Grande ABC, resolveram formar um grupo para buscar
melhorias às áreas que serão afetadas. Contando com cerca de 250
pessoas, a comissão São Bernardo Melhor pretende iniciar diálogo com o
governo do Estado para tentar minimizar os impactos no município com a
chegada do equipamento de mobilidade urbana.
"Não somos contra o monotrilho. Sabemos que será algo bom. Só queremos
lutar para que ele não traga problemas aos moradores da cidade.
Resolvemos nos juntar e buscar todas as informações necessárias sobre a
obra para saber o que será afetado", disse o urbanista Antonio Jantalia,
31 anos, presidente do movimento.
O grupo formado por moradores do Centro, Jardim do Mar e Rudge Ramos,
pretende dialogar com o Metrô (Companhia de Metropolitano de São Paulo)
sobre as compensações socioambientais que serão feitas nas regiões da
cidade. "Sabemos que para realizar a obra são necessárias melhorias em
troca. Estaremos atentos para saber o que poderá ser feito", relatou
Jantalia.
O grupo pretende aguardar a conclusão do projeto executivo para decidir
se vão reivindicar. "Vamos esperar a definição do trajeto e o anúncio
das áreas que serão desapropriadas. Se existir algo que nos prejudique,
vamos apontar alternativas de mudanças nos planos, pois também estamos
estudando isso há um bom tempo", explicou.
Com a previsão do traçado do monotrilho passar pela Avenida Aldino
Pinotti, onde várias torres residências e comerciais existem e estão em
processo de construção, os moradores estão preocupados com desocupações
em locais recém-inaugurados. "O meu apartamento foi entregue em dezembro
e ainda nem peguei as chaves. Pelo projeto inicial, o prédio consta nas
áreas passíveis de desapropriação. Como vão derrubar algo que acabou de
ser erguido?", questionou Felipe Nyitray, 29, que também faz parte do
grupo.
Fonte: Diário do Grande ABC
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