As
intervenções que fecharão a linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos) aos domingos, a partir do próximo dia
25, foram aceleradas em 40 dias graças à falha que afetou cerca de 30
mil usuários no último dia 14. O próprio presidente da companhia, Mario
Bandeira, admitiu nesta quinta-feira (22) que “é um exagero” o total de
cinco falhas relevantes constatadas na linha 9 apenas este ano, em um
total de 13 no sistema –mais que as três registradas em todo o ano de
2011, quando a CPTM teve 42 falhas.
As
interrupções não servirão, no entanto, para reduzir de imediato os
intervalos entre uma composição e outra --hoje, de 3 a 4 minutos--, nem
para diminuir o intervalo entre uma ponta e outra da via, ou seja, a
viagem de 45 minutos entre Osasco (Grande SP) e Grajaú (zona sul).
As
informações foram divulgadas em entrevista coletiva hoje à tarde no
Centro de Controle Operacional da companhia, no Brás, com Bandeira e a
diretoria da CPTM. Segundo ele, a linha 9 --a mais nova e moderna da
CPTM, e também a única do sistema onde não é feito transporte de cargas–
servirá de modelo às demais que também terão intervenções. Não foram
definidas datas, porém, tampouco se elas terão interrupções.
Conforme
o presidente da companhia, há um contrato em vigência para instalação
de 1.000 postes que permitem a operação da linha, dos quais um terço
ainda não foi instalado. Até então, nas cerca de duas horas e meia que
vinham sendo destinadas à manutenção, apenas quatro postes eram
instalados por vez. Para os quatro domingos, com interrupção maior da
circulação, a previsão é que todos os 300 restantes sejam instalados.
“Não
temos problemas de investimento, o problema é a execução disso e
[manutenção de] energia demora”, disse. “E hoje no mundo não existe um
sistema de trens metropolitanos com intervalos com que trabalhamos –nem
em Nova York, Paris ou Londres. Mas há uma utopia em dizer que não tem
falhas, não podemos prometer isso. Só que estamos muito bem."
Interrupções na linha 9 e na ciclofaixa
As
interrupções no funcionamento da linha 9 serão feitas nos quatro
primeiros domingos, já a partir do próximo, da 0h às 4h de
segunda-feira. Para os cinco domingos subsequentes ainda não foi
definida a programação da intervenção. Por lá, só aos domingos, passam
cerca de 100 mil passageiros/dia, um quinto da demanda em dias úteis.
Além
da linha 9, afirmou Bandeira, a ciclofaixa que passa pela marginal
Pinheiros também terá de ser suspensa no mínimo nos quatro primeiros
domingos, integralmente, e parcialmente nos demais. Passam por ela nos
fins de semana cerca de 6.000 ciclistas/dia. “Sabemos que os
cicloativistas ficarão chateados, mas isso é necessário”, resumiu,
referindo-se à via como apoio à logística das obras de modernização.
Usuários
da linha aos domingos terão implementado pela SPTrans o Paese (Plano de
Atendimento entre Empresas em Situação de Emergência) de Grajaú a
Osasco, com 15 ônibus biarticulados; de Santo Amaro à linha 4 do metrô,
em Pinheiros (zona oeste), com 17 biarticulados; e da estação Pinheiros à
estação Leopoldina da CPTM, com sete a oito ônibus.
Linha "mais confiável"
De
acordo com a CPTM, atualmente o plano de investimentos da companhia é
de R$ 5 bilhões em contratos vigentes –parte, já executada– desde 2008.
Para este ano, estão previstos cerca de R$ 1,2 bilhão. Além disso, mais
R$ 1 bilhão deve ser investido em três novas estações e R$ 670 milhões
em subestações e cabines seccionadoras (nas estações Socorro e Cidade
Jardim).
Indagado
sobre quando o usuário vai sentir, na prática, o efeito dos
investimentos, o presidente da CPTM resumiu: “Ele vai sentir um sistema
mais confiável, com mais regularidade, sem sentir tanto, por exemplo,
quando houver reduções de velocidade”, finalizou.
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